Nesse texto falaremos sobre o Pilates nas lesões musculares , como uma das técnicas de tratamento, além disso, falaremos da fisiopatologia, classificação da lesão e outros tratamentos.
Dentre as lesões musculares no âmbito esportivo estão principalmente a lesão de isquiotibiais. Um estudo realizado por Elkstrand e colaboradores, demonstrou que essas lesões correspondem a 37% de todas as lesões no futebol e que 27% dos jogadores se afastam de suas atividades pela limitação que isso causa.
Outro estudo apresenta recidiva dessa lesão no prazo de duas semanas pós a ocorrência da primeira lesão. Sendo muito comum a reelesão (recidiva) quando este retorna ao esporte.
Classificação das Lesões Musculares
As lesões musculares são classificadas conforme sua característica morfológica e histoquímica que leva a um défcit de função ao membro acometido.
Podemos dizer que, no esporte temos dois tipos de lesão: Contusão Muscular e o Estiramento Muscular.
A mais frequente de todas é o estiramento muscular, sendo classificada em 3 graus:
Estiramento Muscular Grau I
Ocorre ruptura estrutural mínima e o retorno ao esporte e as atividades são rápidas.
Estiramento Muscular Grau II
Existe ruptura parcial das fibras musculares, pequeno desarranjo das fibras, dor e alguma perda de função.
Estiramento Muscular Grau III
Ocorre ruptura total do tecido, retração da musculatura e incapacidade funcional.
Outra forma de Lesão Muscular é a Contusão – Caracterizada pelo trauma direto no tecido, comumente os mais atingidos nos esportes de contato são: Quadríceps e Isquiotibiais, um exemplo é o famoso tostão na coxa ou Paulistinha como também é conhecido.
Tem como característica dores, edema, rigidez do músculo afetado e restrição da amplitude de movimento.
Mecanismo da Lesão Muscular
Estudos apontam que a fase de desaceleração do movimento, a fase excêntrica é o principal ponto onde ocorre essas lesões.
Heiderscheit e colaboradores apontam que os isquiotibiais, durante a fase de balanço terminal da corrida, absorvem a desaceleração do avanço do membro e consequentemente a preparação para o contato inicial do calcâneo ao solo.
Nessa fase o músculo encontra-se mais susceptível a lesão e que o bíceps femoral é o mais acometido em relação ao semimebranoso e semitendinoso.
Outro movimento que causa as lesões é o famoso chute, que combina alta potência e extrema amplitude de flexão do quadril e extensão do joelho, também encontrado em bailarinos e atletas de corrida com barreira.
Fatore de Risco da Lesão Muscular
Existe duas classificações, fatores modificaveis e não modificaveis:
Modificaveis
Desiquilíbrios musculares (relação entre força de agonista e antagonista);
Fadiga muscular (a maior taxa de lesão no esporte ocorre próximo a final da temporada);
Déficit de Flexibilidade (existe controvérsia na literatura, mas é importante observar esse fator).
Não Modificaveis
Há um consenso na literatura que o fator de maior destaque é o histórico do atleta de lesões prévias dos isquiotibiais, causando muita recidiva de lesão.
Fisiopatologia das Lesões Musculares
É importante frisar que essa fase deve ser respeitada para uma recuperação plena, se faz muito importante a ciência por parte de médicos, fisioterapeutas e educadores físicos que se depararem com essas lesões.
Classificação de Jarvinen e colaboradores, descrevem as seguintes fases da cicatrização das lesões.
Fase 1 – destruição (Inflamatória) – caracterizada por rupturas e necrose das fibras, formação de hematomas, e principalmente proliferação de células inflamatórias, ocorre cerca de 3 a 7 dias;
Fase 2 – reparação – caracterizada pela fagocitose ou seja, retirada daquele tecido necrosado (morto), regeneração das fibras e produção de tecido cicatricial e a neoformação vascular e neural, ocorre cerca de 5 a 21 dias;
Fase 3 – Modelação – período que ocorre reorganização das fibras, maturação das fibras regeneradas, melhora da contratilidade e capacidade funcional das fibras.
Pilates nas Lesões Musculares e Outros Métodos
Várias são as condutas empregadas, desde a crioterapia, ultrassom, laser de baixa potencia, terapias manuais, cinesioterapia, pilates, dentre outras terapias.
O Pilates se emprega muito bem, após a fase aguda da lesão e principalmente antes da lesão ocorrer, de forma preventiva. O método se mostra eficaz principalmente no reequilíbrio muscular e flexibilidade muscular dois fatores mencionado no texto como fatores de risco modificáveis.
Portanto, especialize-se em Pilates e utilize-se desse método aliado a outras terapias na reabilitação dessas patologias e muitas outras quê, também são mencionadas em nossos cursos, tais como: síndrome do impacto, lesões de coluna, herniações, listeses, hipercifoses e lordóticas, lesões de manguito e muito mais…
Ekstrand J. Hagglund M. Waldén M. Epidemiology of muscle injuries in professional football (soccer). AM J. Sports Med. 2011;39(6):1226-32; Pilates nas Lesões Musculares
Heidscheit BC, Sherry MA, Silder A, Chumanov ES, Thelen DG. Hamstring strain injuries: recomendations for diagnosis, rehabilitation, and injury prevention. J Orthop Sports Phys Ther. 2010;40(2):67-81; Pilates nas Lesões Musculares
Ueblacker P, Muller-Wohlfahrt HW. Epidemiological and clinical outcome comparision of indirect strain versus contusion anterior and posterior thigh muscle injuries in male elite football player:UEFA Elite League Study of 2287 thigh injuries (2001-2003). BR J. Sports Med. 2015;49(22):1461-5.
Artigo escrito por:
Escrito por:
Camilo Barbosa Junior Crefito3 150302-F
Professor de Cursos de Pilates e Ortopedia – The Pilates Fisio Fitness, Fisioterapeuta Esportivo da HWT Sports, Especialista em Fisiologia do Exercício, Especialista em Reabilitação Aplicada ao Esporte (Unifesp), Especialista em Pilates, Pós-graduando em Formação Docente no Ensino Superior.